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Orlando Ribeiro Rodrigues, mais conhecido como Doda, nasceu em 07 de julho de 1933 em Nipoã. Morava na área rural do município, perdeu a mãe muito cedo, aos 2 anos, e foi criado com ajuda dos avós. Frequentou os estudos até o 3º ano da época.

Casou-se em 29 de setembro de 1951 com Maria Oliveira Ribeiro, com quem teve quatro filhos Antônia, Antônio, Aparecida e Mauro. Têm ainda nove netos e cinco bisnetos.

“Trabalhava com café, mas depois que casamos mudamos para a fazenda que tínhamos e ficamos mais 11 anos. Lá mexia com gado, com retiro”, afirma Doda.

Entre os anos de 63 e 64 comprou um posto de combustíveis e se mudou para a cidade. “Naquele tempo só tinha uma bomba de gasolina, o óleo diesel eu buscava em Rio Preto e trazia em tambor num caminhão. Ficamos uns cinco ou seis anos nessa luta. Fui fazendo melhorias no posto, instalando bomba de óleo, depois de álcool. Fiquei 50 anos com o Posto São Paulo. Era meu filho que cuidava lá, depois ele enjoou e resolvemos vender no ano passado”, conta.

Resolveu entrar na política, se tornando vereador no ano de 1964, prefeito em 74 e vice-prefeito em 92. “Tivemos várias conquistas, construção do posto de saúde, pontos de concretos que no tempo era difícil, pois os militares que mandavam, não vinha dinheiro, eles vinham fazer a obra e não dava dinheiro para a prefeitura fazer. Naquele tempo era mais seguro, a coisa era mais honesta, hoje é meio bagunçado”, lembra Doda.

Ele ainda fala sobre as parcerias que teve. “Nós tínhamos uma Câmara de Vereadores muito boa, que sempre ajudou bastante na administração, então isso é muito bom. Sempre procuramos fazer o melhor para a população, para o povo. O povo sempre cooperou muito, naquele tempo conhecíamos toda a população, eleitor por eleitor, sempre muito amigos”, diz.

Duas das principais preocupações na época, o transporte de alunos e assistência social, eram precárias. “Antigamente era difícil, os governos davam fubá e feijão, que era a cesta básica da época. No começo que eu fui prefeito, a gente puxava os estudantes para Monte Aprazível de caminhão, depois no segundo ano de mandato comprei duas peruas Kombi para fazer o transporte, então era uma luta. Chovia muito e as estradas eram todas de terra, os alunos saiam a noite e ficávamos preocupados com os veículos encravarem”, disse.

Ele ressalta outros pontos de sua administração. “Naquele tempo fazia muito com pouco. Quando peguei a prefeitura não tinha nem condução, tinha uma motoniveladora velha e compramos uma nova, as estradas eram de terra, então tínhamos que fazer tudo, hoje em dia as usinas ajudam a fazer as estradas”.

Hoje em dia, já não pensa mais em voltar a disputar um cargo eletivo. Mantém uma rotina diária em que acorda às 05h, vai ao sítio tirar leite e zelar pela propriedade. Lá cria gado de engorda e vai duas vezes ao dia.

Gosta muito de Nipoã, lugar em que fez amigos e viu toda a evolução. “Gosto muito daqui. A cidade evoluiu muito, uns 200%, toda cidade pequena evolui muito com as usinas de cana-de-açúcar. O povo que morava no sítio também veio para a cidade. Aqui tenho amigos e aqui quero ficar”, destaca.

Para finalizar, deixa um recado ao povo nipoense. “Agradeço ao povo do município que sempre colaborou com a gente desde o tempo que tinha o posto e até hoje continua muito bom. Mesmo vindo muita gente de fora, são todas pessoas boas. Quero desejar felicidade a todos”, finaliza Doda.